ReVerte Ero anar Lux

segunda-feira, setembro 26, 2005

Equilíbrio

Chegamos em casa, comemos, deitamos na cama, refletimos sobre os nossos próprios caminhos desde o nascimento até aquele momento e, depois de um dia estafante e às vezes com certa pretensão, pensamos sobre o futuro e o que nos guiará até o próximo estágio. Toda essa auto-anaminésia é natural e peculiar de qualquer uma das essências que aqui estão encarnadas. Entende-se com isso, por sua vez, que todos nós cercamos um objetivo em comum. Peneiramos situações e acontecimentos em função de nossa própria compreensão, do meio e de nós mesmos inseridos no meio. Esse objetivo comum é algo que rege a nossa própria energia e que, consciente ou inconscientemente, está presente em nossas vidas. O nome dele é Equilíbrio. O famoso “caminho do meio” que, mais à frente, evidencio que não é bem “do meio” assim. Há um ponto importante a ser corrigido.

O equilíbrio margeia, para nós, vários tipos de visões ilustratórias, desde uma simples balança até o famoso símbolo do Yin Yang. Essas imagens contribuem de forma pungente para nossa busca por esse tal “equilíbrio real”, mas não é o ideal. Como tudo que é simbólico, não passa de um código. Como tudo que é código, há que ser decodificado, transcrito, lido de forma inteligível, absorvido em sua essência plena.

Aí que reside o grande câncer da psique, de quem absorve sem pensar. Pessoas sem qualquer consciência do que fazem, julgam o equilíbrio como uma política de trocas, uma barganha tola entre as atitudes consideradas boas e as atitudes consideradas ruins. É como se a balança que desnivela de um lado pudesse se reaver com mais alguns pesos do outro lado. Imaginando, assim, o bem e o mal como as moedas de um comércio energético que não possui fundamento algum. Dando margem para que pessoas dotadas de perversidade absolvam-se de suas falhas em função de contrapesos, que porventura possam abduzir em suas vidas.

Não meus irmãos e amigos, não enxergo o equilíbrio dessa forma. Não pagaria meus fardos em função de um ataque egocêntrico, que é a fonte de toda essa idéia errônea, o corrupto que suborna e pode desestabilizar qualquer ser vivo. O equilíbrio é algo que transcende a contraposição do positivo ao negativo e vice-versa. Resume-se à idéia simples da não-destruição da liberdade alheia, do respeito mútuo, da justiça em solo firme e do amor incondicional. O equilíbrio é o que te falta quando você navega num mar de ilusões que, se ressecar, entram em ação muitos vulcões mentais e descontroles os quais farão com que você entre cada vez mais numa cascata de atitudes impensadas e imprudentes.

Eu, com esse texto, não quis entrar no mérito dos chacras. Não quis citar as energias e tampouco meditação, técnicas de relaxamento e todo esse processo burocrático, mas necessário. Não quero ministrar essas coisas para que vocês testem em casa e se auto-conheçam melhor. Eu só quero que você, caro leitor, entenda que o equilíbrio parte de uma idéia, um pensamento, uma convicção. Ele une todos os otherkins e também os humanos. Somos filhos de um único grande criador e um dia, quem sabe, voltaremos a estaca zero. É bom entender que congregar é evoluir e que, nós, como harpyas, que criamos esse embrião de comunidade para com a nossa essência, não temos a intenção de nos segregar dos demais, apenas criamos um modo simples de evoluir entre nos mesmos e, assim, podermos alcançar o objetivo mútuo entre todos nós: o equilíbrio.

Minhas sinceras reverências a todos vocês.

Thanatorius